Mostrando postagens com marcador ser goiano é. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ser goiano é. Mostrar todas as postagens

domingo, 29 de maio de 2011

Darwinson - o típico inventor goiano (*)

DARWINSON :: ABOUT THIS ARTIST
« Back to Profile

ARTIST SUMMARY

Genres: Latin / Bossa / Samba

ARTIST BIO

O cantor e compositor Darwinson é músico intiutivo e se apresenta em shows desde 1985. Nascido em Goiânia/Go/Brasil, filho da então eleita Rainha do Rádio de Goiás/64, que teve grande influência em sua musicalidade.
Seu trabalho é voltado para a música popular brasileira e outras influências, com grande diversidade rítimica e sonora. Seu primeiro cd, “Vôo dos Sons”, foi gravado em Fortaleza-Ce, cidade onde morou de 97 a 2001, patrocinado pelo governo cearense, graças a atitude de HERMETO PASCOAL, que ao encontrar Darwinson se apresentando em uma casa de shows, dia 10/09/1998, em Fortaleza/CE, subiu ao palco e com sua escaleta, o acompanhou durante quase uma hora. Quando terminou sua participação inusitada, fez um pedido ao público presente, dentre eles, funcionários e representantes da cultura local, que patrocinassem o músico, além de lhe fazer vários elogios. No ano seguinte, Hermeto Pascoal parou seu show no Teatro de arena do C. Cultural Dragão do Mar em Fortaleza/CE, por 5 minutos, para que seu público ouvisse Darwinson, que estava tocando perto do teatro, numa casa de shows. Posteriormente, lhe convidou para participar de dois shows seus, um em Fortaleza-Ce, ano 2000 e outro em Pirinópolis-Go, em 2001.
Além de Hermeto, Darwinson teve seu talento reconhecido por outros grandes músicos como, Toninho Horta e João Bosco.
Representando o estado de Goiás, Darwinson recebeu 46 premiações em mais de 70 participações em festivais de música, em diversos estados brasileiros.
Atualmente, Darwinson desenvolve um trabalho único, se apresentando em shows com um instrumento criado por ele em agosto de 2006, fazendo uma adaptação no violão modelo Silent da Yamaha e batizado com o nome de Contrabaixolão (com 8 cordas, sendo 4 cordas de nylon graves como as de um baixo, que não seguem a sequência da afinação de um baixo comum, com as cordas mais graves ao centro do braço + 4 cordas do violão-nylon em afinação normal).


* O título de inventor goiano vem da sua invenção citada acima, o Contrabaixolão. Quem conhece o Estado de Goiás já ouviu falar das invenções-misturas que os goianos adoram, como:

  • LOMBOFAIXA (mistura de lombada com faixa);
  • CACHURRASCO (churrasco de cachorro-quente);
  • Pizza Burguer (Restaurante La Massas, em Anápolis);
  • Lasanha de Cheddar;
  • Yakisoba de Picanha

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ser goiano

Ser goiano é carregar uma tristeza telúrica num coração aberto de sorrisos. É ser dócil e falante, impetuoso e tímido. É dar uma galinha para não entrar na briga e um nelore para sair dela. É amar o passado, a história, as tradições, sem desprezar o moderno. É ter latifúndio e viver simplório, comer pequi, guariroba, galinhada e feijoada, e não estar nem aí para os pratos de fora.

Ser goiano é saber perder um pedaço de terras para Minas, mas não perder o direito de dizer também uai, este negócio, este trem, quando as palavras se atropelam no caminho da imaginação.

O goiano da gema vive na cidade com um carro-de-boi cantando na memória. Acredita na panela cheia, mesmo quando a refeição se resume em abobrinha e quiabo. Lê poemas de Cora Coralina e sente-se na eterna juventude.

Ser goiano é saber cantar música caipira e conversar com Beethoven, Chopin, Tchaikovsky e Carlos Gomes. É acreditar no sertão como um ser tão próximo, tão dentro da alma. É carregar um eterno monjolo no coração e ouvir um berrante tocando longe, bem perto do sentimento.

Ser goiano é possuir um roçado e sentir-se um plantador de soja, tal o amor à terra que lhe acaricia os pés. É dar tapinha nas costas do amigo, mesmo quando esse amigo já lhe passou uma rasteira.

O goiano de pé-rachado não despreza uma pamonhada e teima em dizer ei, trem bão, ao ver a felicidade passar na janela, e exclama viche, quando se assusta com a presença dela.

Ser goiano é botar os pés uma botina ringideira e dirigir tratores pelas ruas da cidade. É beber caipirinha no tira-gosto da tarde, com a cerveja na eterna saideira. É fabricar rapadura, Ter um passopreto nos olhos e um santo por devoção.

O goiano histórico sabe que o Araguaia não passa de um "corgo", tal a familiaridade com os rios. Vive em palacetes e se exila nos botecos da esquina. Chupa jabuticaba, come bolo de arroz e toma licor de jenipapo. É machista, mas deixa que a mulher tome conta da casa.

O bom goiano aceita a divisão do Estado, por entender que a alma goiana permanece eterna na saga do Tocantins.

Ser goiano é saber fundar cidades. É pisar no Universo sem tirar os pés deste chão parado. É cultivar a goianidade como herança maior. É ser justo, honesto, religioso e amante da liberdade.

Brasilia em terras goianas é gesto de doação, é patriotismo. Simboliza poder. Mas o goiano não sai por aí contando vantagem.

Ser goiano é olhar para a lua e sonhar, pensar que é queijo e continuar sonhando, pois entre o queijo e o beijo, a solução goiana é uma rima.


(José Mendonça Teles. Crônicas de Goiânia. Goiânia: Kelps, 1998)